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Ser ansiosa doi pra caramba.
Dói quando acho que não vou conseguir dar conta da vida. Dói quando ela faz eu sentir que sou a pior mãe do mundo. Dói quando eu penso que não consigo superar meus traumas e cada pequeno gatilho me estarrece.
Acordei, hoje. Pouco mais de 5 da manhã com gritos. Moro no segundo andar (e amo - me parece mais seguro). Abri a janela e vi no térreo, no corredor entre o meu prédio e o do lado: duas mulheres, um homem. O homem parecida relativamente calmo, quase indiferente a situação, enquanto uma das mulheres desmaiava e era reanimada pela outra mulher.
Tentei entender, um pouco em choque. Entender se seria necessária alguma intervenção, por questão de segurança. Sou uma pessoa curiosa, mas sou absurdamente aflita com acidentes e brigas que podem levar à consequências mais sérias.
Por fim, entendi que aquelas mulheres eram vizinhas, talvez até amigas. A que estava mais abalada, havia pego mensagem no celular do marido dela, em que ele dizia para a vizinha: "Eu confio em você". Lembrando que tudo isso às 5 horas da manhã.
Tenho pavor de traições. Não do sexo em si, mas de alguém que amo ir longe me enganando. Me negando o direito da verdade. E foi o que pareceu: uma situação de traição.
O homem falava passivamente:
"Não tem nada a ver, não vai falar com o marido dela, vai estragar o casamento da moça"
E a mulher, em tese a traidora, dizia "Eu não fiz nada!", com alguma segurança.
Não sei o que aconteceu de fato. E não sei porque (além dos meus medos) isso me impacta TANTO.
Penso demais na dor dessas pessoas. Talvez dor filhos dessas pessoas. Em um momento a moça, em tese traída, disparou:
"Eu vou tirar seus filhos de você"
Não sei a dimensão da coisa. Se justifica ou não. Seja como for: dor, dor e mais dor... E eu meio que absorvo isso. Não bastassem os meus traumas eu absorvo a dor do outro. Sinto, tremo, vacilo sobre minhas próprias questões.
Odeio com todas as forças ter ansiedade. E com raiva de ainda estar pensando sobre isso, desejo profundamente que a moça que foi por ventura engada, e o marido enganado ( a, em tese, traidora era casada também), e também as respectivas crianças.
Viver não é pra amadores.
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