Feliz 2022! E bate o desespero materno.
Feliz 2022! E bate o desespero materno:
Ainda não chegou nem no primeiro quinto dia útil do ano e eu já to cansada, triste e frustrada.
- Sabe aquela cobrança pra começar bem?
- Sabe aquela ressaca moral de se cobrar muito, olhar o ano anterior e achar que foi meio merda?
Inclusive acabei de chorar. Por um acaso, a Valentina pediu pra olhar um albúm de fotos que o pai montou, com vários momentos deles juntos. Todas as vezes que eu vejo eu fico triste... Lá todos parecem felizes, o tempo todo! Tudo parece ótimo, seguro, saudável, parece até que ele foi presente sempre, que veio em todos os finais de semana dele, ou ao menos a maioria, chega parecer que eu era a mãe relapsa... . Não era a realidade.
Francamente? Não me entendam mal, nem à ele.
Como diz o ditado: Dai à César o que é de César (Muito adequado)
Pois é nesse ponto que eu digo: Eu não acho que é tudo uma mentira. O pai da minha filha deve sentir amor, deve querer ver bem, deve sentir alegria em ver ela feliz. No entanto é preciso ser realista e ele se ausentou e também resistiu em cumprir a lei no que se refere à pensão (classíco) entre outros... Então ele ama mas foi egoista com ela. Se colocou em primeiro lugar em vários momentos. Penso que nesse momento a Valen não tem condições de entender isso, nem precisa, nem deve, mas com o passar do tempo ela talvez veja por conta. Que não se trata do quanto se ama, se trata muito mais de como se quer ver as coisas. Eu, Jenny, filha do seu "Aparecido Marabraz" amo muito e sei que sou amada, mas sei das tantas vezes que o machismo fez com que meu pai não percebesse que podia e deveria ser mais presente, que esse também era o dever dele! Chego à dizer que meu pai foi por vezes cruel, ao priorizar momentos felizes fora de casa, ao invés de estar presente. MAS, não posso dizer que meu pai não amou à mim e ao meu irmão, o que é bom! Mas não justifica.
E voltanto ao albúm de fotos, li pra ela afinal ela tem um carinho enorme pelo livrinho, tentei manter a imparcialidade, me alegrar com ela ao ver seus momentos com o pai, mas no final do dia, quando ela foi pra cama, cai no choro. Seguem as neuras:
1 - As vezes a Maternidade parece um pouco ingrata:
Quer dizer.. Eu fico com a parte chata de educar, a parte exaustiva, a parte que eu nem queria, pois eu nem queria mesmo ter filhos, era ele que queria.. E ele sai com todo o crédito, como pai legal, recebe todo esse carinho... No fundo eu sei que eu foquei no mais importante! No dia-á-dia... Eu que ensinei à comer, eu que brigo pra comer fruta, eu que falo exaustivamente pra tirar o dedo da boca, eu que acalento quando ta doente ou triste, eu que arranquei os dentes, eu que levei pra escola, alimentei, banhei, dei amor mesmo quando já não tinha energia, ensisei a falar (e fala, viu?), eu que contei histórinha e fui eu que incentivei à aprender e se orgulhar de si mesma. Ela não precisa me dar crédito, eu sei que fui eu que sacrifiquei um crescimento mais rápido na minha carreira, oportunidades de viagens, de estudar com mais calma, pra fazer o que era certo! E no fim do fim, sei que ela me ama e mesmo se ela nunca perceber isso, eu já vou ter sido muito feliz de ter feito.
2 - Gostaria de ter passeado mais com a Valentina:
Eu me sinto mal por ser tão impaciente. E claro! Eu amo a Valen e ela realmente me ama e sente saudade de mim quando tá longe.. Ela me fala! Mas eu realmente não sou exatamente a "Jenny Rainha dos Baixinhos" rapido eu fico cansada.. Sempre fui muito egoista então fazer algo pra Valen me custa sim algum estresse.. Como eu amo a Valentina e ver ela feliz me deixa feliz, eu em geral aguento, tento criar momentos nossos gostosos, de tempos em tempos tento levar pra um passeio, viagem, ou investir em um brinquedo mais caro pra que ela se sinta uma criança feliz e sortuda! Eu amo meus pais e tenho sorte deles terem sido tão dedicados, e prefiro esse caminho, mas a realidade é que nossa rotina era tão exaustiva e meus pais tavam sempre trabalhando tanto que as vezes eu simplesmente me sentia uma criança muito azarada... Que não vai pra passeios legais.. Que não tem momentos legais de criança. ENFIM! Uma neura né? Afinal até pra Disney eu já levei a Valen e ela só tem 6 anos.. E claro que eu não tenho o mesmo pique do pai, a dinâmica em casa é diferente, eu corri muito tempo sozinha, é cansativo mesmo... Mas guardo essa "badtrip" como oportunidade pra uma reflexão... Pra me melhorar nesse ponto: Não fazendo viagens megalomaniacas, mas entendendo qual o caminho pra eu conseguir relaxar mais, produzir mais momentos gostosos e planejados em casa... Nós temos nossos cineminhas em casa... Nossos pique-niques, idas à praia mesmo que raras.. Antes eu ia muito pra museu.. Tem esses momentos gostosos sim! Mas vou trabalhar mais naqueles planejadinhos pra criança, dos que ela vais e lemnrar depois. Afinal momentos gostosos apesar dos pesares não faltam.. Só são mais cotidianos :)
No final da noite ela me viu chorando. Pra não deixar ela preocupada eu só disse que as vezes a mãe fica preocupada de não ser legal por estar muito ocupada e ela disse que tá tudo bem, me abraçou bem forte, disse calmamente que não precisa eu ficar chateada ♥
AH! E outra tá? Ninguém é obrigado à virar a Xuxa pra ser ótimo pai ou mãe, ok? Isso é só uma questãozinha... Mas na real, as crianças precisam mesmo viver uma diversidade ai de experiências.. Não só parques e passeios elaborados.. Tem coisas mais simples que podem ensinar mais... Tem também as condições sociais de cada fámilia. Não podemos esquecer disso. Nem tudo é sobre as crianças se divertirem ou fazerem o que tá na moda, ou viagens caras.. Aqui to falando mais sobre uma paciência mesmo. É algo talvez até sobre lidar com minhas proprias expectativas.
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